sexta-feira, 18 de março de 2011

A Midia Televisiva e o Espetáculo das Tragédias

Há cerca de uma semana estamos vendo e revendo as imagens do tsunami que se seguiu ao maior terremoto sofrido pelo Japão, e um dos maiores já vistos no mundo. Ondas gigantes invadem as cidades e carregam tudo que encontram pela frente.
Casas, carros, prédios residenciais ou comerciais, tudo é levado pelas águas.
Essas imagens  acabam por nos tornar quase impassíveis diante das imagens reais como a da devastação ocorrida no Japão.  Somente em reportagens exibidas, foram mostradas imagens do sofrimento do povo japonês das cidades atingidas pelo tsunami. Um povo que, como as vitimas da recente tragédia em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, sai caminhando pelos escombros, tentando recuperar um simples foto de família no meio dos destroços de suas casas, que perderam e provavelmente nunca mais recuperarão. Imagens de crianças em abrigos, recebendo rações de água - um litro a cada dois dias – ou alimentando-se com bolinhos de arroz, no país que é nada menos do que a terceira economia mais forte do mundo, e ainda têm que se preocupar com a possibilidade de grandes explosões nucleares de várias usinas instaladas numa ilha tão pequena que poderá ser literalmente destruída se aquelas bombas construídas com fins pacíficos resolverem explodir de vez.
A diferença entre a tragédia e o espetáculo está no fato de estarmos ou não acostumados com suas imagens, e estarmos ou não no seu epicentro.
       

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