domingo, 1 de maio de 2011

Mídia Televisiva e o espetáculo das tragédias, uma leitura sobre o excesso de violência na TV



No dia 07 de abril, dia em homenagem ao jornalismo, ocorreu o trágico acontecimento na escola do Rio de Janeiro que teve grande proporção de divulgação em todos os veículos de comunicação, a contar com maior ênfase os meios televisivos.
Este ocorrido pode ser considerado tema de para ser explorado no meio acadêmico, em especial nos cursos de Comunicação Social, devido à importância dada ao evento de forma  espetaculosa, como haveria de se esperar nos dias atuais.
Os dramas, a exploração das imagens, o uso da comoção humana para promover o alcance de picos de audiência não deveria justificar os motivos que mobilizam a busca pela reportagem, mas na realidade é o que na verdade ocorre.
 Neste contexto a mídia, principalmente a televisiva, confere à tragédia real todos os aspectos da tragédia estética, provocando um efeito purificador nos sentimentos de temor e compaixão do individuo diante do acontecimento trágico. É o que Aristóteles denominou de catarse. Não foi comigo, estou aliviado.
A espetacularização da imagem combinada à narrativa dramática dos fatos mistura realidade e ficção de tal forma que faz com que o telespectador aporte, catártico, num mundo ficcional e, isento de culpas, sinta até prazer ao apreciar a desgraça alheia, numa espécie de estética do trágico.
Diante da cobertura de todos os acontecimentos trágicos que temos vivenciado ultimamente, é necessário um debate amplo em nossas universidades e principalmente nos cursos de Comunicação Social sobre o papel do jornalismo numa sociedade marcada pela sedução dos valores estéticos e extremamente consumista.
É preciso entender o jornalismo como um meio de abordagem e interpretação da realidade, direcionado essencialmente às questões da sociedade como um todo, já que individualizado torna-se nada mais, nada menos que uma mercadoria a ser consumida.

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